sábado, 29 de agosto de 2009

domingo, 23 de agosto de 2009

Metamorfose ambulante


Sexta passada, dia 21/08, completou-se 20 anos da morte de Raul Seixas, filho do casal Raul Varella Seixas e Maria Eugênia Seixas. Ele cresceu na cidade de Salvador um tanto estagnada, alheia aos progressos de uma modernidade. No entanto, foi em casa que obteve a cultura que o faz adiantar-se àquilo que era ensinado nas escolas, mergulhando nos livros que tinha à disposição, na biblioteca do pai. Até o final de sua vida, sempre foi avançado para sua época, o que é comprovado pelas músicas por ele compostas e que até hoje são executadas.
Depois de sua morte, Raul permaneceu entre as paradas de sucesso. Foram produzidos vários álbuns póstumos, como O Baú do Raul (1992), Metamorfose Ambulante (1993), Documento (1998), Anarkilópolis (2003) e Raul Seixas - Série BIS Duplo (2005). Sua penúltima mulher, Kika, já produziu um livro do cantor (O Baú do Raul), baseado em escritos dos diários de Raulzito desde os 6 anos de idade até a sua morte.
Deixo aqui a letra de uma das minhas músicas preferidas, se sua autoria:

"Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo

Eu quero dizer
Agora o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo

Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou

Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator

É chato chegar
A um objetivo num instante
Eu quero viver
Nessa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo

Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou

Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator

Eu vou desdizer
Aquilo tudo que eu lhe disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha velha velha velha velha
Opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião sobre tudo"


Deixo também uma de suas famosas frases:

"A arte de ser louco é jamais cometer a loucura de ser um sujeito normal."

Bjôoooooo

sábado, 22 de agosto de 2009

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Existe amor como o de Romeu e Julieta?


Sabem porque Romeu e Julieta são ícones do amor? São falados e lembrados, atravessaram os séculos incólumes no tempo, se instalando no mundo de hoje como casal modelo de amor eterno?
Porque morreram e não tiveram tempo de passar pelas adversidades que os relacionamentos estão sujeitos pela vida afora. Senão provavelmente Romeu estaria hoje com a Manoela e Julieta com o Ricardão.

Romeu nunca traiu a Julieta numa balada com uma loira linda e siliconada motivado pelo impulso do álcool.

Julieta nunca ficou 5 horas seguidas esperando Romeu, fumando um cigarro atrás do outro, ligando incessantemente para o celular dele que estava desligado.

Romeu não disse para Julieta que a amava, que ela especial e depois sumiu por semanas.

Julieta não teve a oportunidade de mostrar para ele o quanto ficava insuportável na TPM.

Romeu não saia sexta-feira a noite para jogar futebol com os amigos e só voltava as 6:00 da manhã bêbado e com um sutiã perdido no meio da jaqueta (que não era da Julieta).

Julieta não teve filhos, engordou, ficou cheia de estrias e celulite e histérica com muita coisa para fazer.

Romeu não disse para Julieta que precisava de um tempo, que estava confuso, querendo na verdade curtir a vida e que ainda era muito novo para se envolver definitivamente com alguém.

Julieta não tinha um ex-namorado em quem ela sempre pensava ficando por horas distante, deixando Romeu com a pulga atrás da orelha.

Romeu nunca deixou de mandar flores para Julieta no dia dos namorados alegando estar sem dinheiro.

Julieta nunca tomou um porre fenomenal e num momento de descontrole bateu na cara do Romeu no meio de um bar lotado.

Romeu nunca duvidou da virgindade da Julieta. Julieta nunca ficou com o melhor amigo de Romeu.

Romeu nunca foi numa despedida de solteiro com os amigos num prostíbulo.

Julieta nunca teve uma crise de ciúmes achando que Romeu estava dando mole para uma amiga dela.

Romeu nunca disse para Julieta que na verdade só queria sexo e não um relacionamento sério, ela deve ter confundido as coisas.

Julieta nunca cortou dois dedos de cabelo e depois teve uma crise porque Romeu não percebeu a mudança.

Romeu não tinha uma ex-mulher que infernizava a vida da Julieta.

Julieta nunca disse que estava com dor de cabeça e virou para o lado e dormiu.

Romeu nunca chegou para buscar a Julieta com uma camisa xadrez horrível de manga curta e um sapato para lá de ultrapassado, deixando- a sem saber onde enfiar a cara de vergonha...

Por essas e por outras que eles morreram se amando...

Rs...

Bjôoooooo

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Meia porção?


Não há nada que me deixe mais frustrada do que pedir sorvete de sobremesa, contar os minutos até ele chegar e aí ver o garçom colocar na minha frente uma bolinha minúscula do meu sorvete preferido. Uma só.
Quanto mais sofisticado o restaurante, menor a porção da sobremesa.
Aí a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência, comprar um litro de sorvete bem cremoso e saborear em casa com direito a repetir quantas vezes a gente quiser, sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação.
O sorvete é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano.
A vida anda cheia de meias porções, de prazeres meia-boca, de aventuras pela metade.
A gente sai pra jantar, mas come pouco.
Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons.
Conquista a chamada liberdade sexual, mas tem que fingir que é difícil (a imensa maioria das mulheres continua com pavor de ser rotulada de "fácil").
Adora tomar um banho demorado, mas se contém para não desperdiçar os recursos do planeta.
Quer beijar aquele cara 20 anos mais novo, mas tem medo de fazer papel ridículo.
Tem vontade de ficar em casa vendo um DVD, esparramada no sofá, mas se obriga a ir malhar.
E por aí vai.
Tantos deveres, tanta preocupação em "acertar", tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação...
Aí a vida vai ficando sem tempero, politicamente correta e existencialmente sem-graça, enquanto a gente vai ficando melancolicamente sem tesão...
Às vezes dá vontade de fazer tudo "errado".
Deixar de lado a régua, o compasso, a bússola, a balança e os 10 mandamentos.
Ser ridícula, inadequada, incoerente e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito.
Recusar prazeres incompletos e meias porções.
Até Santo Agostinho, que foi santo, uma vez se rebelou e disse uma frase mais ou menos assim: "Deus, dai-me continência e castidade, mas não agora"...
Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem, podemos (devemos?) desejar várias bolas de sorvete, bombons de muitos sabores, vários beijos bem dados, a água batendo sem pressa no corpo, o coração saciado.
Um dia a gente cria juízo.
Um dia.
Não tem que ser agora.
Por isso, garçom, por favor, me traga: cinco bolas de sorvete de chocolate, um sofá pra eu ver 10 episódios do "Law and Order", uma caixa de trufas bem macias e o Richard Gere, nú, embrulhado para presente.
OK?
Não necessariamente nessa ordem.
Depois a gente vê como é que faz para consertar o estrago...

Bjôoooooo e não aceitem a vida pela metade, heim?

Fonte: Texto recebido por e-mail, assinado por Danuza Leão (não tenho certeza se é mesmo dela, mas na dúvida, lá vão os créditos)

sábado, 8 de agosto de 2009

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Aqui jaz Marilyn...


Se hoje fala-se tanto em Madonna, Britney Spears, Lindsay Lohan e Megan Fox, a razão atende pelo nome de Marilyn Monroe. Primeira grande celebridade do showbizz, ela é a tradução exemplar do que é realmente célebre.
Afinal, hoje em dia são feitas celebridades em pacotes, em padrões contestáveis da sociedade. A banalização da fama chega a ser prejudicial aos grandes mitos do entretenimento. Para recuperar o real significado de prestígio e glamour, nada mais justo do que retornar ao passado e relembrar a trajetória de Marilyn.
Neste 5 de agosto completa-se 47 anos de sua misteriosa morte. Porém, foi a grande estrela de sua geração. Talvez nem tanto pelo talento, mas sim pela capacidade de atrair a atenção do público e dos flashes. Uma vida sofrida, cheia de escândalos, sucesso e amantes foi o recheio certo para dar início ao que chamamos hoje de colunismo de celebridades.
"Eu sabia que eu pertencia ao público e ao mundo, não pelo fato de ser talentosa ou até mesmo bonita, mas porque eu nunca pertenci a nada ou a ninguém", afirmou Marilyn, em entrevista pouco antes de sua morte.
Após 47 anos de sua morte, o mundo ainda não presenciou um novo "furacão loiro". Ela deu sentido ao título de celebridade e fez escola pelo mundo. Deixou de ser um nome e passou a ser um tema presente em ensaios de moda, ícones da sensualidade, Hollywood, etc. Todos querem ser um pouco Marilyn Monroe.
Mas ela não nasceu Marilyn Monroe. E sim Norma Jeane Baker, que veio ao mundo no dia 1º de julho de 1926, em Los Angeles, Califórnia. Filha de Gladys Baker e pai desconhecido, a menina viveu boa parte de sua infância em orfanatos e casas de família. Sua mãe sofria com problemas psicológicos e foi internada em uma instituição mental. Aos 16 anos, Norma Jeane resolveu se casar com Jimmy Dougherty, de 21 anos, para não precisar voltar ao orfanato.
A carreira artística de Norma Jeane iniciou quando o fotógrafo Davis Conover a descobriu trabalhando na fábrica Radio Plane Munition. Em menos de dois anos ela já havia se tornado uma modelo profissional e estampado várias capas de revistas.
Sonhando com a fama, ela passou a estudar a vida de atrizes como Jean Harlow e Lana Turner. Inscreveu-se em um curso de teatro e se divorciou de Jimmy para assinar seu primeiro contrato com a Twentieh Century Fox, em 1946. Ali começava a nascer a artista.
Ganhando um pouco mais de US$ 120 por semana, Norma Jeane tingiu o cabelo de loiro e mudou seu nome artístico para Marilyn Monroe. Depois de algumas participações em filmes, a moça recebeu muitos elogios por sua atuação em "All About Eve" ("A Malvada"), ao lado de Bette Davis. A partir dali, Marilyn participou de várias produções conquistando o público com seu jeito de menina inocente e seus lábios de mulher fatal.
Um dos papéis mais memoráveis de sua carreira foi em "Gentlemen Prefer Blondes" ("Os Homens Preferem as Loiras"). Marilyn foi eleita a melhor atriz iniciante de 1953 e já havia conquistado Hollywood. Em 1954, Marilyn voltou a trocar alianças, desta vez com o jogador de beisebol Joe DiMaggio. No início de seu relacionamento, a bela declarou que ainda não sabia se estava apaixonada por ele. "Mas eu sei que eu gosto dele mais do que qualquer homem que já conheci", disse à imprensa na época.
Sua fama de símbolo sexual acabou fazendo com que o casamento terminasse nove meses depois. O casal continuou a amizade.
Disposta a provar que era muito mais do que uma loira sensual, Monroe mudou-se para Nova York e voltou a estudar teatro. Em 1956, ela abriu sua própria produtora, a qual levava seu nome.
Com "Some Like It Hot" ("Quanto Mais Quente Melhor", de 1959) a atriz conquistou um Globo de Ouro como melhor atriz de comédia. Antes do prêmio, em 1956 ela havia se casado com o dramaturgo Arthur Miller. A personagem Roslyn Taber de "The Misfits" ("Os Desajustados") foi escrita especialmente por Miller para sua esposa. Porém, a união terminou em 1961.
Em 1962, Marilyn foi escolhida pelo Globo de Ouro como a personalidade feminina favorita do cinema mundial. No dia 5 de agosto do mesmo ano, Marilyn Monroe morreu aos 36 anos enquanto dormia na sua casa em Brentwood, Califórnia. Dizem que foi abuso de remédio, mas teorias surgiram. Desde assassinato pela Máfia até vingança do ex-presidente John Kennedy, que teria tido um caso com a loira.

CURIOSIDADES
- Uma dos momentos mais marcantes de Marilyn Monroe aconteceu fora de cena. Atrasada para homenagem ao presidente dos Estados Unidos, na época John Kennedy, ela surgiu sexy em longo vestido de seda surpreendendo a plateia. Iluminada por um canhão de luz, Marilyn apareceu cantando "Happy Birthday" com uma voz extremamente sensual.
- Marilyn Monroe era uma figura curiosa e sabia disso. Um de seus charmes era falar dela mesma na terceira pessoa, no melhor estilo: "Não, Marilyn não faria assim".
- Em 1999 foi eleita a mulher mais sensual do século 20 pela revista "Playboy" e a mais sexy do mundo pela "People".
- Elton John gravou a música "Candle in the Wind" em homenagem a Marilyn Monroe. Madonna também se inspirou no ícone do cinema e lançou a música "Material Girl" baseada na performance da atriz em "Diamonds Are Girls Best Friends".
- No filme "The Seven Year Itch" ("O Pecado Mora ao Lado"), Marilyn marcou o imaginário de todos durante uma cena a qual seu vestido é levantado pela ventilação do metrô. A produção rendeu o prêmio de Melhor Atriz Estrangeira na Academy Award britânica.

Bjôooooo

Fonte: www.msn.com - Renan Botelho

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Vamos fumar lá fora?


Vamos fumar lá fora?

"Eu já falei aqui o que acho dessa lei antitabagista que vai atingir a cidade de São Paulo esse mês. Agosto já começa com um desgosto. E vou continuar repetindo que dançar sem fumar é muito chato. Mas como às vezes uma otimista sai de dentro do meu corpo pessimista, já comecei a me apegar a uma pergunta. Uma pergunta bem simples, mas que pode causar muita coisa: “vamos fumar lá fora?”.
A proibição absoluta ainda nem começou, mas já comecei a falar (e a ouvir) essa frase com gosto. Tenho ido fumar lá fora. E tem sido bom.
Fumar lá fora possibilita encontros. Conheço gente que foi fumar lá fora e se beijou. Conheço gente que foi fumar lá fora e ficou amigo para sempre. Muita coisa, repito, pode acontecer quando você vai fumar lá fora. Você pode ouvir histórias incríveis, porque geralmente quem vai fumar lá fora tem coisas maravilhosas para contar. Você pode rir fumando lá fora. Você pode fazer confissões fumando lá fora. Você pode chamar quem você quiser para fumar lá fora.
A conversa na mesa está chata? Vamos fumar lá fora.
Quer falar uma coisa só para uma ou duas pessoas? Vamos fumar lá fora.
Quer um segundo de intimidade no meio da noite louca? Vamos fumar lá fora.
Quer ficar sozinha um pouco? Vá fumar lá fora.
Sim, governadores, prefeitos e politicamente corretos do mundo, vocês conseguiram acabar com uma das melhores frases do mundo, aquela linda, dita com charme na pista de dança: “você tem fogo?”. Mas vocês não conseguiram nos destruir. Agora temos outra. Está tudo certo. Façam as suas leis. Enquanto isso, a gente vai fumar lá fora."


Não estou aqui hoje para defender os fumantes, ou tampouco para recriminar a nova Lei, que proíbe o cigarro em ambientes fechados. Mas, como 1/2 fumante (não fumo de manhã, nem depois do almoço, e raramente durante o dia. O faço apenas socialmente, quando bebo alguma bebida alcóolica...), gostei do texto e acredito que a frase será bastante usada por mim.

Bjôoooooo

Fonte: Texto recebido por e-mail e assinado por Nina Lemos.

domingo, 2 de agosto de 2009

Gripe Suína


48, 49, 50, 51, 52 mortos pela gripe suína. E aumentando! Tá chegando a minha hora...
Cada morte numa cidade diferente dá uma nova manchete. Como o Brasil tem algo em torno de 5 mil municípios temos aí um potencial gigantesco para ocupar os jornais, rádios e televisões com o alerta: "Mulher morre de gripe suína em Carapicuíba". "Primeira morte por gripe suína em Conceição do Guararapes". "Homem morre em Cururu da Serra com suspeita de gripe suína".
É uma espécie de mortômetro, um contador mórbido que a imprensa está utilizando para... para... pra quê hein?
Cerca de dez dias atrás eu estava no auge de uma gripe normal, com tosse e dores no corpo. Sentei na recepção de uma rádio onde daria uma entrevista e fiquei curtindo minha gripe. Um espirro ali. Uma tossida aqui. Até que repentinamente a recepcionista se levanta, cruza a saleta e abre acintosamente as janelas, como que dizendo: "Sai daqui seu infectado!". Me senti parte da minoria oprimida, sabe como é? Eu devia ter ligado pro Lula.
Alguns dias depois embarquei para o Chile para palestrar num grande evento com cerca de 1.000 pessoas na platéia. Olha só: saindo de uma gripe e entrando no meio de uma aglomeração, no segundo país mais infectado pela gripe suína na América do Sul. Suicídio, né?
Pois sabe o que vi no aeroporto, nos shopping centers e nos hotéis do Chile?
Nada. Ninguém usando máscaras, ninguém distribuindo cartazes, nenhum mortômetro na televisão. Nada. Néris de pitibiribas.
Quando desembarquei em São Paulo fui recebido por agentes da Polícia Federal com máscaras azuis. Só faltou a luva de borracha e o álcool para desinfetar.
Um horror.
E então leio a manchete da Folha de São Paulo no domingo: "Gripe suína deve atingir ao menos 35 milhões no país em 2 meses".
Que loucura é essa hein? E o índice de mortalidade é sempre o mesmo: entre 0,7% e 0,8%. Igual ao de uma gripe normal. Mas... no México o índice é 1,03%. Nos Estados Unidos, 0,57%. Na Inglaterra, 0,14%. Na União Européia, 0,12%. Técnicos afirmam que a divergência se dá pela dificuldade de medir e pelos diferentes critérios utilizados. Em outras palavras: ninguém sabe nada.
E quando ninguém sabe nada a especulação aparece. E nesse ambiente vamos escolher sempre a tragédia. As ameaças de extermínio da Humanidade são ótimas para vender jornal, e sempre serão tratadas como algo distante. Mas quando a praga ataca meu vizinho e o vizinho do meu vizinho, vixe!!!
Apelos emocionais são irresistíveis.
Então o apresentador do telejornal mostra o hospital superlotado de gente procurando tratamento contra a gripe suína. E entrevista o infectologista que implora para que as pessoas só se dirijam aos hospitais se estiverem com todos os sintomas. E em seguida o mesmo apresentador volta com o mortômetro:
53... 54... 55. Tá chegando em você, CORRA PRO HOSPITAL!
Olha aqui: tem uma gripe nova por aí, sim senhor. Ela precisa de cuidados básicos ou pode matar, sim senhor. Mas ela mata tanto quanto uma gripe normal. E menos que dezenas de outras doenças com as quais convivemos normalmente, mas que não tem um mortômetro na televisão.
É o mortômetro que cria o pânico. É o mortômetro que manda os ignorantes para os hospitais. É o mortômetro que vende jornal.
A pandemia que enfrentamos é de estupidez.

Recebi esse texto e resolvi repassá-lo para vocês, que como eu, fica sem saber até onde temos que nos preocupar, e até onde o sensacionalismo da imprensa vai...

Bjôoooooo

Fonte: Luciano Pires

sábado, 1 de agosto de 2009